segunda-feira, 7 de março de 2016

Sonhos


Em sonho, ele veio. Veio de surpresa enquanto eu dançava, e quando o encontrei, e quando o abracei, e enquanto o abraçava, eu ria feito criança que ganha uma bicicleta no Natal depois de três ou quatro cartinhas para o Bom Velhinho. E, enquanto eu ria, ele elogiava o meu sorriso, a minha risada, a minha gargalhada, porque eu me apoiava nele para rir, e me emocionava porque há quantos anos mesmo um homem não elogiava um ato meu, qualquer um que fosse? Há quantos anos mesmo eu não gargalhava? E ele me colocou no carro, não avisei ninguém que eu sairia por algumas horas, dias, meses ou anos, o que ele quisesse, o que conseguíssemos, eu ao lado dele, ele entrando numa estrada que não sabia aonde chegaria, ele deixando as filhas, eu deixo tudo, ele me falou, eu não sei, eu disse, meus meninos, preciso dos meus meninos. E não sei se voltei para casa ou não.




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