Vem, Felipe.
E o Felipe,
nada.
Vem, Felipe.
E o Felipe não
aparecia.
As palavras
arranhavam a garganta: vem, Felipe.
Ninguém.
Você mesmo, Felipe, é com você que estou
falando...vem, Felipe.
Os dedos grossos
das mãos encardidas e rachadas ajudando o chamado num movimento lento: vem, Felipe.
Poucos cabelos
brancos, os olhos opacos e lacrimosos, o corpo mal coberto por uma calça
rasgada e uma camisa rota e aberta, jogado na calçada, os pés quase na rua
(cuidado com o ônibus), a baba escorrendo pela boca que ainda chamava pelo
Felipe.
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