Perdi meu sono.
Saiu sorrateiramente, às três da manhã, aquele horário do meio em que só
conseguimos nos preocupar. Muito cedo para um café. Muito tarde para um filme
em preto e branco. O que fará meu sono, meu menino, longe de mim? Ouço um grito
e garrafas quebrando. Sono besta em busca de liberdade, terá se metido em
confusão? Mais uma hora e não espero mais: voltará e me encontrará com o café.
Não, chá. E um livro nas mãos. Luz amarela do abajur. Posso viver sem ele e
viver aconchegada. Por uma noite. Ou duas. Três, talvez. Mais um grito e uma
freada brusca. Estará bêbado tentando atravessar a rua? Ninguém pára, sua bestinha
arrogante...volte. Mais duas horas. E aí, sim, me encontrará com a xícara
(definitivamente com café) e minha respiração artificial.
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