Quando entrei,
ele já estava lá, sozinho à mesa, a mente grudada nas páginas de um livro que
eu não consegui identificar. Da mesa que ocupei, também sozinha, podia ver o
seu perfil atento. Tirei um livro da bolsa, o coração saltando pelas páginas que
se abririam. Pedi um filé de frango com salada para o garçom, e uma soda. Em
seguida outro garçom o serviu: filé de frango com salada. No copo, soda.
Enquanto comeu, manteve o livro fechado, mas comeu rápido, para em seguida
voltar para o que entendi ser também um amor. Tentei ler enquanto comia, não
consegui, então comi rápido. Pedi um café, agora sim, para saborear com mais
calma o momento, enquanto ele já tomava o dele. Nada de sobremesa durante os
dias que chamam “de semana”? Dois cafés para mim. Dois para ele. Pagamos a
conta, com cartão, quase ao mesmo tempo, e saímos. Eu para a direita. Ele para
a esquerda.
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