É uma zunideira
que fica se chocando contra o crânio dia e noite, dia e noite, dia e noite...
Às vezes sente-se na borda da loucura, quase a cair, mas ainda consegue dar um
passo para trás e esperar mais um dia. Aprendeu que a vida é vivida em dias e
talvez, quase sempre, você só descobre depois de anos que viveu um dia
determinante. A vida é besta, ela pensa, enquanto preenche um cheque. Olha para
os lados e para o chão, mas não vê nada real. A vida é ficção, ela pensa, em
mais um dia na borda. E dá um passo para trás – mais um. Gosta de um desafio.
Quem sabe – ela não, a bestialidade também recue. E resolve
esperar, com uma xícara de chá quente nas mãos.
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