Facciolla...Facciolla...
Um chamado de
hálito quente numa noite de estrelas invisíveis, numa rua escura e
desconhecida. Chovia e eu sentia frio.
Facciolla...
Entrei na
primeira casa que vi, à esquerda. Uma escada estreita debaixo de um luminoso
vermelho, tão clichê. Tocava Por uma
cabeza e eu nada enxergava. Ele está ali, outra voz, fria, me avisou. Quem?
Facciolla. Chi è Facciolla? Un uomo con um bel viso. E acendeu um cigarro.
Eu não via
rostos na escuridão, até que Facciolla tomou minha cintura. Mãos em febre, soprava
uma quentura no meu pescoço e mesmo sem tocar seu corpo eu me emaranhei àquele
homem. O vestido molhado colado ao meu corpo. Nossos corpos em compasso, eu que
não sei dançar. Tentei não chorar, assim como quis dizer. Qualquer coisa, mas
minha garganta ardia. O vestido secou. Um rodopio, o medo de que ele não me
encontrasse novamente, mas o sopro continuava ali. O cio de dois corpos
tristes. O rosto que eu adivinhava acastanhado, o gosto de tâmara, a maciez do
algodão, o sopro mírreo, eu bêbada de sonho. O último acorde e não fui mais
tocada.
Facciolla...
Nenhum comentário:
Postar um comentário